http://www.paroquia-smbelem.pt/mdom2011/SMBelem_mdom_2011_10_30.html
Esse texto se
refere às civilizações orientais (egípcios, hebreus), minoicos e micênios.
Segundo Marrou, (1975) essas sociedades marcadas pelo militarismo vão aos
poucos dando espaço e importância aos escribas, que segundo o autor é “[...]
aquele que domina os segredos da escrita.” (p. 8) No texto há a divisão de
escribas ocidentais e escribas minóicos e mecênios.
Quem são os
escribas orientais?
Socialmente, o escriba é um funcionário. Põe seu
conhecimento da escrita a serviço da administração: administração real,
essencialmente, no Egito, administração sacerdotal a princípio ao que parece,
na Mesopotânia, mas, logo real também. (MARROU, 1975, p. 9)
Como se dá a
formação dos escribas? “Existiam escolas para a formação dos escribas (entre os
judeus, a casa de instrução, bê(y)t midh e
rach), [...]” (p.10), conforme o
livro de Eclesiastes 51, 23: “Aproximai-vos de mim, vós que não tendes
instrução, e freqüentai a minha escola” (BÍBLIA. 1995, p. 1177), a nota
explicativa desse versículo diz que “escola: casa de instrução”.
Como é o
trabalho do mestre na “casa de instrução”? Ele é pago? Se pago, é acessível a
que seguimentos da população? O presente texto não nos esclarece essa dúvida.
E os escribas
minóicos e micênicos? “A existência desses escribas supõe a existência de uma
educação e de escolas para formá-los, mas ainda não descobrimos nenhum
documento fidedigno referente a uma ou outras.” (MARROU, 1975, p. 13) Por consequência
não há registros referentes a quem eram os mestres.
Provavelmente o
surgimento de espaços de alfabetização só veio a começar muito tarde, pois o
mais comum era que este conhecimento fosse passado de pai para filho, a fim de
perpetuar os membros da família nos almejados postos da administração pública,
como nos diz Ponce (2005, p. 27) referindo-se a sociedades que estavam em
“transição” entre o “período primitivo” e a antiguidade:
[...] os funcionários, que representavam os interesses
comunais costumavam ser eleitos entre os membros da mesma família. Cada ‘organizador’
educa os seus parentes para desempenho de seu cargo e predispunha o resto da
comunidade para os elegessem.
Com o surgimento
e consolidação do Estado essas eleições foram substituídas pela nomeação para a
ocupação desses cargos pelo soberano onde era praxe que o filho ocupasse o
mesmo cargo que o pai.
O estudo a
respeito dos escribas tem a finalidade de fazer menção ao primeiro profissional
letrado das civilizações antigas, e este será o por consequência o primeiro
“professor” letrado. Aqui fazemos referência ao letramento, pois é essa a
função que nossas escolas acabam por exercer predominantemente, a de uma
educação para a cultura letrada.
Trata-se de
sociedades que começam a se tornar aristocráticas e o monopólio de
conhecimentos valiosos como a escrita ocorre para a manutenção do status quo.
Haverá com o
passar do tempo (tempos diferentes) e por motivos diversos o ensino da escrita
para membros de fora da família em todas as sociedades.
A referência
específica aos escribas orientais e aos escribas minóicos e micênios se
justifica pelo fato de os primeiros serem próximos aos hebreus e os segundos
participarem da formação do povo grego.
BIBLIOGRAFIA:
BÍBLIA.
Glossário. Bíblia Sagrada: Tradução Ecumênica. São Paulo: Loyola, 1995, p.
1538-1553.
MORROU,
Henri-Irénée. Introdução. In: ___. A
história da educação na antiguidade. São Paulo: EPU, 1975, p. 1-14.
PONCE, Aníbal. A
educação na comunidade primitiva. In:______. Educação e luta de classes. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2005. p.
17-34.
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