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terça-feira, 16 de abril de 2013

OS ESCRIBAS ORIENTAIS


http://www.paroquia-smbelem.pt/mdom2011/SMBelem_mdom_2011_10_30.html

Esse texto se refere às civilizações orientais (egípcios, hebreus), minoicos e micênios. Segundo Marrou, (1975) essas sociedades marcadas pelo militarismo vão aos poucos dando espaço e importância aos escribas, que segundo o autor é “[...] aquele que domina os segredos da escrita.” (p. 8) No texto há a divisão de escribas ocidentais e escribas minóicos e mecênios.
           
Quem são os escribas orientais?

Socialmente, o escriba é um funcionário. Põe seu conhecimento da escrita a serviço da administração: administração real, essencialmente, no Egito, administração sacerdotal a princípio ao que parece, na Mesopotânia, mas, logo real também. (MARROU, 1975, p. 9)

Como se dá a formação dos escribas? “Existiam escolas para a formação dos escribas (entre os judeus, a casa de instrução, bê(y)t midh e rach), [...]” (p.10), conforme o livro de Eclesiastes 51, 23: “Aproximai-vos de mim, vós que não tendes instrução, e freqüentai a minha escola” (BÍBLIA. 1995, p. 1177), a nota explicativa desse versículo diz que “escola: casa de instrução”.

Como é o trabalho do mestre na “casa de instrução”? Ele é pago? Se pago, é acessível a que seguimentos da população? O presente texto não nos esclarece essa dúvida.

E os escribas minóicos e micênicos? “A existência desses escribas supõe a existência de uma educação e de escolas para formá-los, mas ainda não descobrimos nenhum documento fidedigno referente a uma ou outras.” (MARROU, 1975, p. 13) Por consequência não há registros referentes a quem eram os mestres.

Provavelmente o surgimento de espaços de alfabetização só veio a começar muito tarde, pois o mais comum era que este conhecimento fosse passado de pai para filho, a fim de perpetuar os membros da família nos almejados postos da administração pública, como nos diz Ponce (2005, p. 27) referindo-se a sociedades que estavam em “transição” entre o “período primitivo” e a antiguidade:

[...] os funcionários, que representavam os interesses comunais costumavam ser eleitos entre os membros da mesma família. Cada ‘organizador’ educa os seus parentes para desempenho de seu cargo e predispunha o resto da comunidade para os elegessem.

Com o surgimento e consolidação do Estado essas eleições foram substituídas pela nomeação para a ocupação desses cargos pelo soberano onde era praxe que o filho ocupasse o mesmo cargo que o pai.
           
O estudo a respeito dos escribas tem a finalidade de fazer menção ao primeiro profissional letrado das civilizações antigas, e este será o por consequência o primeiro “professor” letrado. Aqui fazemos referência ao letramento, pois é essa a função que nossas escolas acabam por exercer predominantemente, a de uma educação para a cultura letrada.

Trata-se de sociedades que começam a se tornar aristocráticas e o monopólio de conhecimentos valiosos como a escrita ocorre para a manutenção do status quo.

Haverá com o passar do tempo (tempos diferentes) e por motivos diversos o ensino da escrita para membros de fora da família em todas as sociedades.

A referência específica aos escribas orientais e aos escribas minóicos e micênios se justifica pelo fato de os primeiros serem próximos aos hebreus e os segundos participarem da formação do povo grego.

BIBLIOGRAFIA:

BÍBLIA. Glossário. Bíblia Sagrada: Tradução Ecumênica. São Paulo: Loyola, 1995, p. 1538-1553.
MORROU, Henri-Irénée. Introdução. In: ___. A história da educação na antiguidade. São Paulo: EPU, 1975, p. 1-14.
PONCE, Aníbal. A educação na comunidade primitiva. In:______. Educação e luta de classes. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2005. p. 17-34.

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