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quarta-feira, 10 de abril de 2013

DO ORIENTE ANTIGO A GRÉCIA CLÁSSICA


São considerados os primeiros professores os sacerdotes das sociedades “primitivas” que tinham por função instruir os membros da tribo nos mistérios, rituais e valores da sua cultura (PONCE, 1981), mas o nosso foco foi a professor como trabalhador especializado em ensinar (mesmo que não trabalhando exclusivamente nesta função e que não seja remunerado para ela).

Iniciamos nossa “aventura” pela história dos professores analisando rapidamente com os escribas das sociedades orientais onde os egípcios foram tomados como a principal referência a este respeito já que a sociedade foi durante muitos séculos uma das mais importantes sociedades antigas. Os escribas aí tinham por uma das possíveis funções a de exercer o ensino da leitura e da escrita para a formação de outros escribas. Essa função não era a mais comum, pois havia a intenção por parte deles de monopolizar estes conhecimentos já que tratava-se de uma função de muito prestígio social, na maioria dos casos o escriba ensinava apenas os seus filhos com a finalidade de manter o cargo em família (MANACORDA, 1992). Porém, não demos muita atenção a sociedade egípcia, mas a duas sociedades influenciadas por ela e que foram fundantes da tradição Ocidental, os Gregos e os Hebreus.

Dentre os povos que contribuíram para a formação da civilização Grega (fenícios, minóicos, micênios etc) haviam escribas destinados a atividades administrativas e religiosas, mas constituíam um grupo muito reduzido da sociedade e suas atividades educacionais eram quase que “domésticas” (de pai para filho). A civilização grega em seus primeiros séculos de existência desenvolvia atividades ligadas ao militarismo e a constituição de personalidades cavalheirescas, sendo desenvolvidas por preceptores ou pederastas. É a partir do século V que há crescimento econômico que leva ao surgimento de uma nova classe média que desejará dar a seus filhos uma boa educação. Não havendo possibilidade de realizar essa educação pelos maiôs até então realizados surgem homens que se dispõem a dar aulas se pagos, são os sofistas. Os sofistas prestam serviço a quem lhes pagar, são pessoas itinerantes, sempre a busca de alunos, apesar de receberem pelo que fazem normalmente não vivem bem já que nem sempre recebem e sofrem com uma grande concorrência e, por fim, são desprezados pela sociedade que abomina qualquer trabalho que seja remunerado. Com o tempo será desenvolvido um sistema de ensino em três etapas (primário, secundário e superior. Os mestres das disciplinas que compõem o nível primário serão sempre muito mal pagos e desvalorizados socialmente, dos do nível secundário terão condições um pouco melhores (mas não muito) os retóricos que desempenhavam o magistério em nível superior, com raras exceções não viviam de forma não muito diferente. (MANACORDA, 1992; MARROU, 1975) As exceções, como foi dito, são raras mas quando existiam se tratavam de homens que alcançavam muitas honras como Protágora (JEGER, 1995) e Isócrates (MARROU, 1975). Aqui não podemos deixar de lembrar os filósofos que se contrapunham aos sofistas exatamente por estes cobrarem por seu ensino e pela concepção utilitarista do conhecimento, estes eram, normalmente aristocratas que não necessitavam trabalhar para viver. Outra personagem que não pode ser esquecida é o pedagogo que se trata de alguma pessoa culta que foi escravizado por dividas ou por ser prisioneiro de guerra, este tem uma importante função na educação moral das criança. (MANACORDA, 1992; MARROU, 1975)

REFERÊNCIAS:

MORROU, Henri-Irénée. A história da educação na antiguidade. São Paulo: EPU, 1975.
MANACORDA, Macio Alighiero. História da educação: da antiguidade aos nossos dias. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1996.
PONCE, Aníbal. Educação e luta de classes. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

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