Páginas

terça-feira, 9 de abril de 2013

O "EDUCADOR PRIMITIVO”



Monroe (1979) considera os sacerdotes das comunidades primitivas como sendo os primeiros professores, isto teria começado a ocorrer a partir do momento em que estas sociedades foram se tornando mais complexas. Este momento é denominado pelo autor como “estádio civilizado da organização social” (p. 9) e representa uma segunda etapa após “o estádio bárbaro”. A seguir vemos a trajetória desta personagem:
Inicialmente, esta classe é formada pelos chefes de grupos familiares; mas, como os deveres do pai se tornam múltiplos e este culto dos espíritos amigos se torna mais complexo, constitui-se um sacerdócio especial. Há, então, um esboço de uma instrução para o povo em geral, dada pelo sacerdócio; e uma instrução mais elaborada e formal dos futuros membros do sacerdócio, ministrada pelos atuais membros da classe. Estes últimos são os primeiros professores profissionais. Por vários séculos o ensino permanece como um direito especial do clero, e, por muitos séculos mais, a educação é orientada e dirigida unicamente por ele. (p. 9)
Esta sociedade mais complexa necessita de um mecanismo de registro para viabilizar a administração estatal e a cerimônias religiosas cada vez mais complexas. Inicialmente o clero era o grupo que detinha os conhecimentos da escrita e da leitura.
Outro autor, Ponce (2005, p. 27), diz que quando as sociedades primitivas passaram para uma estrutura social mais complexa, aqueles que tinham conhecimentos específicos, como é o caso dos sacerdotes, monopolizavam estes conhecimentos a fim de adquirir e manter privilégios. Estes transmitiam estes conhecimentos a seus filhos para que fosse possível transmitir o seu cargo para seus descendentes.
Os magos, os sacerdotes e os sábios – primeiramente simples depositários e, posteriormente, donos do saber da tribo – assume pouco a pouco, juntamente com a função geral de conselheiros, a função mais restrita de iniciadores. Cada tribo foi recolhendo através dos anos uma larga experiência que foi sento cristalizada em tradições e mitos. [...] Nas cerimônias de iniciação, os sacerdotes explicavam aos mais seletos dos jovens da classe dirigente o significado oculto desse mitos e a essência dessa tradições. (PONCE, p. 27)

BIBLIOGRAFIA:
MONROE, Paul. Povos primitivos: a educação em sua mais simples forma. In: ______. História da educação. 14. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1979. p. 1-11.
PONCE, Anibal. A educação na comunidade primitiva. In: ___. Educação e luta de classes. 16. ed. São Paulo: Cortez, 1998. p. 17-34.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você recebeu um comentário.