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domingo, 5 de maio de 2013

OS ESTUDOS CIENTÍFICOS


http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/cientistas-estudam-lenda-de-espelho-grego-que-queimava-navios,86b85b6db16da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

Como já foi visto ao estudarmos as contribuições de Isócrates e Platão para a educação, ambos defendem o estudo das matemáticas (geometria, aritmética, música e astronomia). Essa recomendação irá ser aceita pela sociedade da época e se fará presente no período helênico.

Mas estudará também matemáticas e sabemos até os nomes de seus mestres, Autólico, o músico Xanto e o geômetra Hiponico, além do que a história registra, a propósito dos dois primeiros, que ele lhes seguira cursos antes de proceder à decisiva escolha entre filosofia e retórica, as duas formas rivais de ensino superior: tais estudos matemáticos inscrevem-se, pois, no caso particular de Arcesileu, no período que corresponde ao ensino secundário. (p. 286-287)
           
Porém, com o tempo essas disciplinas passarão a serem ministradas de modo mais superficial e de maneira mais literária do que cientifica. Nisso veremos mais uma vez um professor invadir o campo de trabalho do outro, não o professor de um nível invadindo outro, mas de uma área do conhecimento em outra. Mais uma vez o acusado trata-se do gramático:
  
Eis um ponto de capital importância: se a astronomia ocupa um lugar de certo destaque no programa das escolas secundárias, tal lugar ela deve a Arato, e é sobre a forma de uma explicação de texto de uma explicação essencialmente literária, que ela ali aparecia. Não obstante certa resistência da parte dos matemáticos, parece que o gramático, ou melhor, o professor de letras conseguiu, praticamente, eliminar os geômetras e outros professores especializados nas ciências. (p. 290)
           
Como podemos ver essa intervenção do gramático em outras disciplinas causou drástica redução das oportunidades de trabalho para os professores de algumas das matemáticas.

MARROU, Henri-Irenée. Os estudos científicos. In: ___. História da educação na antigüidade. São Paulo: EPU, 1975. p. 275-291.

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